MULHER NA EAD: mulheres compõem mais da metade da equipe do Campus Natal – Zona Leste. Veja o levantamento
06 de março de 2020
Reportagem: Laurence Campos / Nathália Souza
Elas são “metade da humanidade e mães da outra metade”; comandam seus lares, não apenas como donas-de-casa, mas como responsáveis pelo sustento de suas famílias; ganham salários muitas vezes menores que os dos homens, apesar das funções idênticas; são minoria nos cargos de direção, postos executivos, públicos e privados… Elas são mulheres e, sozinhas ou acompanhadas em seus relacionamentos, são cada vez mais protagonistas de seus próprios destinos.
Todos os anos, o dia 08 de março é uma data de reflexão sobre a importância da igualdade entre os gêneros, onde homens e mulheres devem ter direitos e liberdades equivalentes. Diante do Dia Internacional da Mulher, a Coordenação de Comunicação e Eventos do Campus Avançado Natal – Zona Leste resolveu fazer um balanço sobre a participação feminina nos cursos EaD do IFRN. O resultado coloca elas em lugar de destaque.
Levantamento no Campus Natal – Zona Leste
Ao todo, 88 mulheres compõem a equipe do Campus Avançado Natal – Zona Leste do IFRN, entre professoras, servidoras técnico-administrativas, funcionárias terceirizadas, bolsistas e estagiárias. Esse número representa 55% de toda a equipe que leva educação pública de qualidade para os polos presenciais espalhados por todo o Brasil.
As mulheres também são a maior parte do público discente. Quando analisamos apenas o número de alunos(as), pode-se contabilizar 2864 estudantes, sendo 1211 alunos e 1653 alunas – elas representam, assim, 58% do número de matrículas.
Número de mulheres
- Professoras: 16
- Técnicas administrativas: 5
- Terceirizadas: 5
- Bolsistas: 60
- Estagiárias: 2
- Alunas: 1653
Número de homens
- Professores: 19
- Técnicos Administrativos: 21
- Terceirizados: 4
- Bolsistas: 24
- Estagiários: 2
- Alunos: 1211
Repercussão dos resultados
A maior distorção entre o número de homens e mulheres pode ser notado entre os(as) servidores(as) técnicos-administrativos: são apenas 5 mulheres para uma equipe de 26 profissionais (19,6% do total). Uma delas é Laetitia Nunes, secretária acadêmica do campus. Segundo ela, o mercado de trabalho para as mulheres ainda tem muito o que melhorar. “ Eu vejo um futuro onde as mulheres assumam posições cada vez mais altas, como a direção das instituições. Eu espero que o mercado de trabalho seja mais justo, que a gente não tenha que provar a todo tempo que nosso trabalho tem valor”, opina Laetitia.
Foi o que sentiu na pele, no início da carreira, a professora Silvia Regina, coordenadora dos cursos técnicos do Campus Natal – Zona Leste. A professora de Matemática lembra que, quando começou a lecionar, sofreu com o machismo vindo dos seus próprios alunos. Para ela, que ficou surpresa com o resultado do balanço, atuar no Campus Natal – Zona Leste é reconfortante, visto que os colegas de trabalho não fazem distinção de gêneros, favorecendo um clima de respeito e apoio. “Eu me sinto muito valorizada aqui dentro sendo mulher, por todo o trabalho que eu faço. Os nossos colegas respeitam quem a gente é, valorizam o trabalho que a gente faz”, afirma Silvia.
Além de professoras e servidoras técnico-administrativas, o Instituto conta com funcionárias com histórias de vida surpreendentes. Aluna do curso Técnico Subsequente em Secretaria Escolar, Rejane Borges também é funcionária na copa do prédio principal do Campus Natal – Zona Leste. Proibida de estudar e trabalhar pelo ex-marido por mais de 10 anos, a discente viu na educação a distância a oportunidade de retomar os estudos. Hoje, separada, ela divide o tempo entre trabalho, estudos e os cinco filhos. “Quando eu casei, meu marido me proibiu de estudar e eu não pude nem acabar o ensino fundamental. Agora, vai ser uma conquista pessoal enorme concluir um curso técnico que eu sempre quis fazer”, finaliza, orgulhosa, a aluna que sonha em cursar Pedagogia.
Dia Internacional da Mulher
Não são incomuns os relatos de mulheres sobre assédio moral e sexual no trabalho e em ambientes públicos, assim como a desvalorização sofrida nas entrelinhas de discursos machistas que, por estarem enraizados na sociedade, nem são percebidos por quem os fala. Mesmo em pleno século XXI, mulheres continuam sendo vítimas de pensamentos que insistem em mantê-las em posição inferior e que se perpetuam no decorrer das gerações.
É claro que neste domingo as mulheres merecem flores e muito carinho, mas o Dia Internacional da Mulher é uma data para pessoas de ambos os sexos refletirem sobre a forma como o público feminino é tratado todos os dias.
Parabéns pela data, mulher. Parabéns pela luta!
Feliz Dia Internacional da Mulher!